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domingo, 21 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Plural de adjetivo Composto
Adjetivo é a palavra que dá características ao substantivo. Na frase, ele pode assumir funções de predicativo do sujeito, predicativo do objeto ou adjunto adnominal. Os adjetivos simples são aqueles que possuem apenas um radical, os ADJETIVOS COMPOSTOS, por sua vez, são aqueles que são formados por mais de uma palavra, ou por mais de um radical.
Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural:
cantor norte-americano – cantores norte-americanos
Exceções:
1. adjetivos compostos invariáveis:
sapato azul-marinho – sapatos azul-marinho
camisa azul-celeste – camisas azul-celeste
2. São invariáveis os adjetivos compostos cujo último elemento é um substantivo:
Blusa verde-bandeira – blusas verde-bandeira
tecido verde-abacate – tecidos verde-abacate
batom vermelho-paixão – batons vermelho-paixão
3. Também são invariáveis os adjetivos composto por COR+DE+SUBSTANTIVO:
Blusa cor-de-rosa
Blusas cor-de-rosa
4. Flexão dos dois elementos:
Menino surdo-mudo – meninos surdos-mudos
Gênero dos adjetivos compostos
1. Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos somente o segundo é variável:
guerra franco-alemã – roupa azul-escura.
2. Os adjetivos compostos cujo segundo elemento é um substantivo, não variam em gênero:
terno verde-garrafa – blusa amarelo-limão.
3. Flexão dos dois elementos:
menino surdo-mudo – menina surda-muda.
* Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. É o exemplo da palavra ROSA, que originalmente é um substantivo, mas pode ser adjetivada em alguns casos como os seguintes:
Camisas rosa-claro
Blusas rosa-choque
Resumo - Pedagogia da autonomia - Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia: saberes
necessários à prática educativa – Paulo Freire
Introdução
Paulo
Freire começa insistindo que formar um(a) aluno(a) é muito mais que treinar e
depositar conhecimentos simplesmente e, ainda que, para formação, necessitamos
de ética e coerência que precisam estar vivas e presentes em nossa prática
educativa, pois esta faz parte de nossa responsabilidade como agentes
pedagógicos. Ele fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças e da
necessidade de nunca se acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não
determinados". Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a
Pedagogia da Autonomia, que leva à formação para vida, são eles: a) não há docência sem discência; b)
ensinar não é transferir conhecimento e; c) ensinar é uma especificidade
humana. O tema central da obra é “a formação docente ao lado da reflexão sobre
a prática educativa progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos”.
1°. Não há docência sem discência
Freire
aponta que existem diferentes tipos de educadores: críticos, progressistas e
conservadores, mas, apesar destas diferenças, todos necessitam de saberes
comuns tais como:
ü Conseguir dosar a relação
teoria/prática; • criar possibilidades para o (a) aluno (a) produzir ou
construir conhecimentos, ao invés de simplesmente transferir os mesmos; •
reconhecer que ao ensinar, se está aprendendo; e não desenvolver um ensino de
"depósito bancário", onde apenas se injetam conhecimentos
(informações) nos alunos! Saber “despertar no aluno a curiosidade, a busca do
conhecimento, a necessidade de aprender de forma crítica”.
Quando
diz que não há docência sem discência, quer dizer que: quem ensina ‘aprende o ensinar’, e quem aprende ‘ensina o aprender’,
sendo este posicionamento muito importante para o autor.
Ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção. Desse modo, deixa claro que o ensino não depende
exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de
aluno, as duas atividades se explicam e se complementam; os participantes são
sujeitos e não objetos um do outro.
Aprendendo
socialmente homens e mulheres descobriram que é possível ensinar
Procura
também mostrar que a teoria deve ser coerente com a prática do professor, que
passa a ser um modelo e influenciador de seus educandos.
1.1. Ensinar exige rigorosidade metódica. O educador comprometido com sua
proposta de educação deve afirmar a rigorosidade do método com o qual trabalha,
tendo clareza em seus objetivos e com um discurso que não pode ser diferente da
prática. A educação democrática não pode usar o método transferidor, não pode
limitar o ensino à transferência de conteúdos verificada na definição de
educação bancária. Uma das principais obrigações é o ensinar a pensar certo o
que não quer dizer que o ensinado vai ser o que o professor tem como certo,
como sua verdade, mas sim, dialogar sobre essas possíveis verdades. Tanto educador quanto educando devem ser
sujeitos na construção do conhecimento. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender”. Educador e educando devem negar a passividade,
o “depósito” de conteúdo em um “recipiente vazio”. Educar é substantivamente formar.
Só quem
pensa certo, mesmo que as vezes pense errado, é quem pode ensinar a pensar
certo. Uma das condições para isto é não estarmos demasiados certos de nossas
certezas.
1.2. Ensinar exige pesquisa. De acordo com Paulo Freire, não
há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. O professor tem que ser
pesquisador. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a
pesquisa. É preciso pesquisar para se conhecer o que ainda não se conhece e
comunicar ou anunciar novidades. Há o dever de respeitar os saberes do educando
e os das classes populares. É preciso discutir com os alunos a realidade
concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a
realidade, a violência, a convivência das pessoas, implicações políticas e
ideológicas. O conhecimento da realidade é muito importante. Freire afirma que
não há distância entre ingenuidade e criticidade; ao ser curioso, há crítica.
Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e nos põe pacientemente
impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que
fazemos. O professor, assim como o aluno, é movido pela curiosidade. Para o
autor, o pensar certo, do ponto de vista do professor, implica no respeito ao
senso comum existente no educando, durante o processo de sua necessária
superação. O respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando
contribuirão para que ele possa sair da consciência ingênua e passe a ter uma
consciência crítica.
1.3. Ensinar exige respeito aos saberes dos
educandos. É
preciso estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais
aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos. Respeitar e
utilizar esses saberes.
1.4. Ensinar exige criatividade. A curiosidade é inerente ao
processo de ensino-aprendizagem. Não há criatividade sem curiosidade.
1.5. Ensinar exige estética e
ética. Se, se
respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se
alheio à formação moral do educando. Educar é formar.
1.6. Ensinar exige a corporificação
(dar forma) das palavras pelo exemplo. A prática educativa em si deve ser um testemunho
rigoroso de decência e de pureza, já que nela há uma característica
fundamentalmente humana: o caráter formador. Para isso, o professor deve se
utilizar, como diz Freire, da corporeificação das palavras, como exemplo, e
ainda destaca a importância de propiciar condições aos educandos, em suas
relações uns com os outros ou com o professor, de treinar a experiência de ser
uma pessoa social, que pensa, se comunica, tem sonhos, que tem raiva e que ama.
Isto despe o educador e permite que se rompa a neutralidade do mesmo. Com esta
postura o autor quer dizer que a educação é uma forma de intervenção no mundo,
que não é neutra, nem indiferente.
1.7. Ensinar exige risco,
aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
Pensar
certo é fazer certo, é ter segurança na argumentação é saber discordar do seu
oponente sem ser contra ele ou ela, sem qualquer tipo de discriminação. Ao educador,
cabe desafiar o educando e produzir sua compreensão do que sendo comunicado.
1.8. Ensinar exige reflexão
crítica sobre a prática. A prática docente crítica envolve o movimento dinâmico e dialético
entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O “pensar certo” tem que ser produzido
pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. Na formação
permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre
a prática (práxis). É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que
se pode melhorar a próxima prática.
1.9. Ensinar exige o
reconhecimento e a assunção (tomar para si a responsabilidade) da identidade cultural. Ao nos assumirmos não estamos
excluindo os outros, significa assumir-se como ser histórico e social,
pensante, transformador e criador. A questão da identidade cultura é
fundamental na prática educativa e tem a ver diretamente com assumir-nos enquanto
sujeitos. A construção de um saber junto ao educando depende da importância que
o educador dá a parte social, à comunidade à qual ele trabalha para conseguir
aproximar os contextos a realidade vivida, compondo assim um diálogo aberto com
o aluno. Dado o exposto, Freire simplifica: “não há docência sem discência”.
2 - Ensinar não é transferir
conhecimentos. Ensinar
não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.
2.1. Ensinar exige consciência do
inacabamento. Onde há
vida, há inacabamento. Mas só entre homens e mulheres o inacabamento se tornou
consciente. A História de qual fazemos parte é um tempo de possibilidades, não
de determinismo.
2.2. Ensinar exige o reconhecimento de ser
condicionado. Somos
seres condicionados, mas conscientes do inacabamento, e, por isso, sabemos que
podemos Dito em poucas palavras por Freire: “o que está condicionado, mas não
determinado”. Nossa presença no mundo não é a de quem nele se adapta, mas a de
quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas
sujeito também da História. Assim como as barreiras são difíceis para o
cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sabemos também que os
obstáculos não são eternos. Assim, homens e mulheres se tornam educáveis na
medida em que se reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e
homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão. Passamos assim, a ser
sujeitos e não apenas objeto da nossa história, pois não devemos ver situações
como fatalidades e sim estímulo para mudá-las.
2.3. Ensinar exige respeito à autonomia do ser
do educando. O
respeito à autonomia e à dignidade de cada um, é um imperativo ético e não um
favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Saber que devo respeito a
autonomia e a identidade do educando, exige de mim uma prática que seja em tudo
coerente com este saber.
2.4. Ensinar exige bom senso. Quanto mais praticamos de forma
metódica a nossa capacidade de indagar, duvidar, de aferir, tanto mais
eficazmente curiosos podemos nos tornar e com isso o nosso bom senso pode ir se
tornando mais crítico. O exercício do bom senso vai superando o que há nele de
instintivo por meio da avaliação que fazemos dos fatos e dos acontecimentos em
que nos envolvemos. O educador precisa do bom senso em seu trabalho.
2.5. Ensinar exige humildade,
tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores.
A luta
dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser
entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática
ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que faz parte
dela. Uma das formas de luta contra o desrespeito dos poderes públicos pela
educação, de um lado, é a nossa recusa em transformar nossa atividade docente
em puro bico, e de outro, a nossa rejeição a entendê-la e a exercê-la como
prática afetiva de “tias e de tios”.
2.6. Ensinar exige apreensão da
realidade. A
capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para
transformar a realidade para nela intervir, recriando-a, fala de nossa
educabilidade a um nível distinto do nível do adestramento dos outros animais
ou do cultivo das plantas. Aprender, para nós, é uma aventura criadora, algo,
por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender
para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem
abertura ao risco e à aventura do espírito. Portanto é importante que a
realidade seja sempre um dado presente no processo ensino-aprendizagem.
2.7. Ensinar exige alegria e esperança. Há uma estreita relação entre a
alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança faz parte
da natureza humana. A esperança de que (juntos) professor e alunos podem
aprender, ensinar, produzir, e, juntos igualmente resistir aos obstáculos é a
nossa alegria. O ensinar busca a conscientização das pessoas, pois o ser humano
que tenha esperança é capaz de mudar realidades. A desesperança é a negação da
esperança. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica,
sem ela não haveria História, mas puro determinismo.
2.8. Ensinar exige a convicção de
que a mudança é possível. Aqui, Freire, fala da necessidade de não aceitar o determinismo como
um modo de explicação das desigualdades no mundo, mas como sujeitos
interventores. Não visa a adaptação e sim a intervenção (mudança) na realidade.
Como educadores devemos conhecer nossos alunos, não podemos desconsiderar os
saberes dos grupos populares e a realidade histórico-político-social vivida por
eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude,
corresponde a expulsão do opressor de dentro do oprimido.
2.9. Ensinar exige curiosidade. O exercício da curiosidade
convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjeturar, de
comparar. O fundamental é que professores e alunos saibam que a postura deles
(professor e alunos), é dialógica, ou seja, aberta, curiosa, indagadora e não
apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e
alunos se assumam epistemologicamente1 curiosos. Mas, não podemos esquecer, que
a curiosidade, assim como a liberdade deve estar sujeita a limites eticamente
assumidos por todos. Minha curiosidade não tem o direito de invadir a
privacidade do outro e expô-la aos demais.
3. Ensinar é uma especificidade
humana. Neste
capítulo, Freire mostra a necessidade de segurança, do conhecimento e da
generosidade do educador para que tenha autoridade, competência e liberdade na
condução de suas aulas.
3.1. Ensinar exige segurança,
competência profissional e generosidade. A segurança da autoridade docente implica numa
outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade
docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério
sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua
tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe; a
incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor.
Epistemologia: conjunto de conhecimentos que
têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus
condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos
ou linguísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e
avaliar os seus resultados e aplicações. Dic. Aurélio.
O caráter formador do espaço
pedagógico é autenticado pelo clima de respeito existente. Este clima nasce de relações
sérias, humildes, generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos
alunos se assumem eticamente. O ensino dos conteúdos implica o testemunho ético
do professor. É impossível separar o ensino dos conteúdos da formação ética dos
educandos, a teoria da prática, a autoridade da liberdade, a ignorância do
saber, o respeito ao professor do respeito aos alunos, o ensinar do aprender.
Como professor, não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se
não supero permanentemente a minha. Defende a necessidade de se exercer a
autoridade com a segurança fundada na competência profissional, junto à
generosidade.
3.2. Ensinar exige comprometimento.
O professor
é o exemplo para os alunos. O docente pode desconhecer algumas coisas mas tem
que saber muito sobre seu trabalho, deve estar sempre preparado. Ensinar exige
comprometimento, sendo necessário que se aproxime cada vez mais os discursos
das ações. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre no espaço
escolar e estar ciente de que a sua presença nesse espaço não passa
desapercebida pelos alunos.
3.3. Ensinar exige compreender
que a educação é uma forma de intervenção no Mundo. Para Freire, a Pedagogia da
Autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da
responsabilidade, ou seja, em experiências respeitosas da liberdade. Para isso,
ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade, em que a liberdade
deve ser vivida em coerência com a autoridade. O professor como ser político,
emotivo, pensante não pode ser imparcial em suas atitudes, deve sempre mostrar
o que pensa, apontando diferentes caminhos, evitando conclusões, para que o
aluno procure a qual acredita, com suas explicações, se responsabilizando pelas
consequências e construindo assim sua autonomia. Para que isso ocorra deve
haver um balanço entre autoridade e liberdade. Deste modo, destaca-se que
somente quem sabe escutar é que aprende a falar com os alunos. Finaliza dizendo
que a atividade docente é uma atividade alegre por natureza, mas com uma
formação científica séria e com a clareza política dos educadores. Foi somente
a percepção de que homens e mulheres são seres “programados, mas para aprender”
e consequentemente para ensinar, conhecer e intervir, que faz o autor entender
a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do
desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos, não somente
transmitindo conteúdos, mas redescobrindo, construindo e ressignificando, ou
seja, dando um novo significado a estes conhecimentos, além de transcenderem e
participarem de suas realidades históricas, pessoais, sociais e existenciais.
Mesmo com todas as dificuldades para se educar, isto é, condições de trabalho,
salários baixos, descasos, formas de avaliação, ainda há muitos professores
exercendo sua função de maneira eficaz. Com certeza, isso se deve ao que o
autor chama de vocação, que significa ter afetividade, gostar do que faz, ter
competência para uma determinada função, com isso muita coisa pode ser mudada
através da prática educativa.
Resumo - A alegria de ensinar - Rubem Alves
A Alegria de
ensinar – Rubem Alves. 3ª Ed. São Paulo
Mestre em
teologia, doutor em filosofia, psicanalista e professor universitário. Membro
da Academia Campinense de Letras, professor – emérito da Unicamp e cidadão
honorário de Campinas.
INTRODUÇÃO - São várias crônicas onde o autor nos leva a
refletir sobre saberes necessários à prática educativa, algumas, mostra como a
grande maioria das crianças veem a escola, fala sobre a quantidade absurda de
informações que as crianças e adolescentes não conseguem compreender por não
terem nenhuma relação com suas vidas. Faz também uma crítica aos métodos de
avaliação de aprendizagem, onde classificam os alunos pelos resultados. A
alegria de ensinar é um livro em que o seu autor, Rubem Alves, deixa claro que
ensinar é um exercício de imortalidade, que de alguma maneira continuamos a
viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pelo instrumento fascinante
da palavra, sendo que o educador é assim, não morre jamais, estando a cada dia
no pensamento daquele que ele ensinou
CAPÍTULO
1 – ENSINAR A ALEGRIA
Logo no primeiro capitulo o autor nos mostra que ser mestre é
ensinar a felicidade, embora a felicidade não seja uma disciplina de ensino.
Mas as disciplinas nada mais são que taças multiformes coloridas, que devem
estar cheias de alegrias. É preciso que aqueles que recebem, os alunos, sintam prazer
igual ao que o mestre sente ao ensinar. Se isto não acontecer, o mestre terá fracassado
na sua missão. Neste capítulo encontramos uma análise interessante sobre o prazer
de ensinar via uma metáfora do “copo cheio” que diz o seguinte: Uma vez o
professor estando repleto de conteúdo, na forma de conhecimento, este
experimentar o verdadeiro prazer de ensinar, à medida que se esvazia,
transferindo este seu conhecimento a seus alunos, e desde que, também, consiga
transmitir a estes últimos o prazer também no aprender. Este processo de
enchimento – esvaziamento completaria então os dias eliminando a tristeza de
vê-los passar sem nada poder fazer.
CAPÍTULO 2 – ESCOLA E SOFRIMENTO
Aqui
o autor descreve o martírio dos alunos que frequentam escolas onde existe o
“totalitarismo do conhecimento”, onde uma classe dominante, de professores e
administradores se impõem sobre os alunos, a classe dominada. O mote é a posse
do conhecimento, em detrimento da sabedoria, junto com a estratégia de impor
uma técnica onde o que importa é o conhecimento em si e não o significado deste
para os alunos. O autor concluir sugerindo que se pense mais em desenvolver a
alegria do aprender dentre os alunos e menos nesta postura autocrática do
“aprenda e não discuta”.
CAPÍTULO 3 – A LEI DE CHARLES BROWN
A
partir de uma tirinha do Charles Brown, descoberta em meio à “escombros de
ideias”, o autor questiona como o processo de aprendizagem é transmitido de geração
em geração, da mesma forma, sem questionamentos. Este fato, considerado um
absurdo pelo autor, soa engraçado o que justifica a tirinha. A seguir, o autor
comenta que o processo atual hermético de ensino cria um exército facilmente
controlável pelas forças econômicas, já que forma alienados, e finaliza com a
mensagem de que as informações passadas para os alunos deveriam ter aplicação
prática para não padecerem no esquecimento levando a pura perda de tempo.
CAPÍTULO
4- “BOCA DE FORNO”
Nesta
crônica o autor descreve uma teoria conspiração baseada no seguinte argumento:
histórias infantis, como “boca de forno”, onde o aspecto do absurdo, naquele
caso repetição do que “seu mestre mandar”, têm reflexo na realidade na forma de
uma crítica de seus autores ao aspecto repetitivo do modelo de aprendizagem
atualmente praticado nas nossas escolas. A partir deste ponto o autor conclui
que este aspecto repetitivo limita a capacidade criativa dos estudantes,
impedindo que estes busquem alternativas às soluções apresentadas e os limita
na busco do desconhecido.
CAPÍTULO 5 – O SAPO
O
príncipe que virou sapo e que voltou a ser príncipe. A partir de uma conhecida
estória infantil, mais uma, o autor inteligentemente articula o conceito de
esquecer para lembrar. Na medida em que o príncipe, que sabia o que é ser
príncipe, vira sapo, aprende o que ser sapo esquecendo o que é ser príncipe e
finalmente, sentindo necessidade de mudar novamente, quebra o encanto e volta a
ser um príncipe o autor metaforicamente nos mostra quão importante é esquecer
para aprender. A partir desta reflexão o autor conclui com uma discussão sobre
a importância da palavra, aprendida e esquecida, na formação do indivíduo.
CAPÍTULO 6 – SOPBRE VACAS E MOEDORES
As
crianças são como vacas, têm sonhos, são puras, mas inúteis à sociedade. Apenas
quando passam por máquinas, moedores e vestibulares respectivamente, é que
podem ser considerados socialmente aproveitáveis. Precisam morrer para serem
úteis. Assim, para cada formando existe uma criança morta, para cada bife
existe pelo menos uma vaca morta, segundo este interessante e poético argumento
do autor.
CAPÍTULO 7 – “EU, LEONARDO”
Leonardo
da Vinci e a IBM. Aquele ficou conhecido por sua liberdade de pensamento e
aquela é conhecida por sua excelência tecnológica, fortemente sedimentada no
controle da qualidade na produção de produtos, o que pressupõe controle na
qualidade do pensamento. Por esta razão, conclui o autor, Leonardo dificilmente
seria contratado pela IBM, pelo menos não o seria para trabalhar na área de
produção. O que seria ótimo, pois assim, Leonardo não teria sido podado em sua
capacidade de criar. A mensagem aqui é refletir sobre a necessidade do controle
da qualidade do pensamento como resultado do controle da qualidade da produção
e a consequente perda da capacidade de imaginar, de fugir do comum, de criar.
CAPÍTULO 8 – LAGARTAS E BORBOLETAS
Aqui
o autor resume o que foi discutido até então: transformações envolvendo
lagartas e borboletas, Leonardos e funcionários monótonos, vacas e moedores. E,
então, discute o poder da Palavra, grafado assim pelo autor, na transformação
dos corpos, dos seres racionais, já que para os irracionais isto não seria
muito eficiente. Neste ponto entra a educação, uma técnica que utiliza a
Palavra para transformar os corpos. O autor conclui, então, com a mais uma
crítica, na verdade a mesma crítica, ao modelo de ensino atual, formadores de
indivíduos utilizáveis pela sociedade para produzir de acordo com os desejos
deste último. Algo que radical, mas com certo teor de verdade.
CAPÍTULO 9 – BOLINHAS DE GUDE
Aprender
com a idade, voltar a ser criança e ser feliz, esquecer o que se aprendeu e
aprender de novo, observar a simplicidade como uma criança vê o mundo. Estas
são as mensagens desta crônica do autor. Parece-lhe que a prepotência dos
adultos, pais jovens, os impede de entender o mundo das crianças e aprender com
eles. Em vez disto, estes adultos, impõe sua verdade às crianças podando-lhes a
simplicidade. Contudo há uma esperança, a de que uma vez avôs e avós estes
adultos tenham mais uma oportunidade de aprender com seus netos.
CAPÍTULO 10 – UM CORPO COM ASAS
Nesta
crônica o autor descreve a transformação a qual somos submetidos quando
entramos em contato com a Palavra (mais uma vez grafado em maiúsculo pelo autor).
Para isto ele utiliza-se da metamorfose da lagarta para a borboleta. Neste
caso, a Palavra nos faria sair de um mundo limitado (a folha para a lagarta)
para visitar todo um universo real e imaginário (o jardim para a borboleta). As
crianças são assim, borboletas soltas e expostas a perigos, que são o preço
desta liberdade. O autor então conclui que um dia cada um de nós já foi
criança, mas preferiu como adulto deixar de sê-lo, como uma lagarta que volta a
ser borboleta, por puro medo daqueles perigos.
CAPÍTULO 11 – TUDO QUE É PESADO FLUTUA NO AR
Crônica
lúdica. Este poderia ser um outro título para este capítulo. Aqui o autor
começa seu raciocínio descrevendo um avô que observa sua neta balbuciar suas
primeiras Palavras. A seguir, percebe que sua neta não só balbucia, mas também
brinca com as Palavras. Então conclui que é nesta brincadeira, que faz a
felicidade de sua neta, que reside uma forma alternativa de ver o mundo: uma
grande brincadeira, onde perdemos tempo ao fazer coisas que nos levam a lugar
nenhum simplesmente porque estamos lá, já chegamos, pois somos felizes quando
tocamos o inexistente como nosso pensamento e, por outro lado, se apenas nos
dedicamos a fazer coisas sérias não chegaremos a lugar nenhum porque não
experimentaremos aquela felicidade. Existe um comentário final interessante
sobre o papel do professor nisto tudo: o papel de fazer com que seus alunos
brinquem com o conhecimento, faça com que o pesado flutue, e assim possam ser
mais felizes aprendendo.
CAPÍTULO 12 – AS RECEITAS
Nesta
crônica o autor discute a forma atual como as escolas ensinam seus alunos, a
qual se baseia na transmissão de um conhecimento sedimentado, um conjunto de
perguntas e respostas, em algumas situações até um senso comum. O problema,
segundo o autor, é que quando apresentamos o conhecimento desta forma e somente
desta forma limitamos o aluno na elaboração de ideias, ideias estas
fundamentais para o crescimento da nação. Assim, é preciso ensinar não só o que
se sabe, mas também o que não se sabe. É preciso não somente olhar para que se
aprendeu, algo conhecido e cristalizado, mas olhar para o futuro desconhecido,
que pode ser explorado com asas do pensamento.
CAPÍTULO 13 – ENSINAR O QUE NÃO SE SABE
Soltar
as amarras do conhecimento sedimentado, livrar se da segurança que este
conhecimento proporciona e cair no desconhecido, ousar atravessar campos nunca
antes visitados. Esta é a fórmula do aprender o que não se sabe, o que ninguém
sabe, proposta pelo autor. A exposição a este ambiente desconhecido é como
sonhar e é sonhado que fazemos ciência, é sonhando que nos livramos da
prudência dos que seguem padrões estabelecidos e assim construímos o
conhecimento.
CAPÍTULO 14- O CARRINHO
Esta
última crônica fala da arte de criar quando não se têm recursos. Como uma
criança que monta um carrinho com peças coletadas do lixo contra aquele pai
abastado que compra, com o vil metal, um carrinho última geração para seu
filho. Este último será fatalmente esquecido, enquanto o segundo, impregnado de
lembranças da infância daquela criança e fruto de ideias, geradas com amor,
será levado na lembrança para sempre. O autor conclui que o mesmo ocorre as
nossas escolas onde os educadores lembram de solicitar mais verbas e recursos e
esquecem de estimular as ideias, a criatividade, o amor pelo que se faz.
Conclusão:
A
alegria de ensinar o qual o autor deixa claro que é um exercício de
imortalidade, e que de alguma maneira continuamos a viver naqueles olhos que
aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra, sendo que desta forma o
professor não morre jamais. Este devera sempre ser o objetivo do professor,
despertar o interesse pela aprendizagem, com prazer e amor, levando os alunos a
descobrir o que jaz adormecido no seu interior, dar asas a sua imaginação,
percorrer caminhos novos, tornar-se critico, e livre para expor suas ideias e
seus pensamentos.
O ato de educar exige segurança, competência
profissional, comprometimento, generosidade e acima de tudo amor.
A alegria de ser professor é poder ensinar os alunos a
caminhar por passos firmes e seguros, e prepara-los para o desconhecido. O
mestre é aquele que consegue despertar em um ser o prazer pela a aprendizagem.
Que seduz o aluno para que ele assim aprenda.
Tópicos para discussão:
A alegria de ensinar e a pedagogia da autonomia
ü Amo
a minha profissão, por isso tento passar esse amor para meus alunos.
ü De
que forma o professor pode contagiar seus alunos a ponto de fazê-los vir para
escola por prazer e não por obrigação?
ü Como
e em que momento um professor passa a ser imortal para seus alunos?
ü O
exercício docente é comparado às dores de parto, das quais a mãe logo se
esquece devido a alegria de ver a sua criança ao nascer….
Reflexão
ü Acredito
que muita coisa pode ser mudada na pratica educativa através da interação e da
afetividade entre docentes e discentes. É comprovado por meio de vários autores
que para que a aprendizagem seja significativa, a relação entre professor e
aluno deve ser pautada em sentimentos de ternura, amor, carinho e simpatia,
fazendo com que ambos acreditem nesse vínculo adquirido e assim tornem a
construção do saber prazeroso. Também entendo e acredito que sem interação e
afetividade não acontece assimilação, pois o indivíduo precisa por meio de sua
inteligência entender a situação pela qual ele passa, para poder agir
afetivamente em acordo com o estimulo que sofre. Alguns educadores se preocupam
somente com o que o aluno precisa saber de conteúdos e se esquecem que na
maioria das vezes, sem afetividade e interação, esse de nada adiantará para a
vida do educando, pois a afetividade permeia todo processo educacional. É
através do contato amigável com o educador que se processa ou não o
aprendizado.
A ortografia de determinadas palavras costuma gerar dúvidas corriqueiras. Vamos sanar algumas!
2. Seção: Essa palavra possui o significado de repartição ou divisão, veja só o exemplo abaixo que deixa tudo mais claro:
3. Cessão: Essa palavra tem relação com o ato de "ceder", veja só:
SESSÃO, SEÇÃO e CESSÃO
Você sabe diferenciar corretamente o uso de cada uma dessas palavras?
1. Sessão: Essa palavra é utilizada quando nos referimos a um espaço de tempo ou reunião. Você provavelmente já foi até um cinema e participou de uma sessão.
Exemplo: Entraremos na próxima sessão do cinema.
2. Seção: Essa palavra possui o significado de repartição ou divisão, veja só o exemplo abaixo que deixa tudo mais claro:
Exemplo: Quando vou ao supermercado, sempre vou à seção de frios e depois à seção de bebidas.
3. Cessão: Essa palavra tem relação com o ato de "ceder", veja só:
Exemplo: Autorizei a cessão desses brinquedos do nosso estoque para um orfanato.
Viagem / viajem
a) A viagem que você irá fazer demora bastante, não é mesmo?
b) É provável que você viaje hoje, não é?
Qual a diferença entre essas orações acima, além das grafias viajem e viagem?
Na primeira, viagem é um substantivo que faz parte do sujeito. Já na segunda, é um verbo do sujeito “você”.
Assim, toda vez que viagem for um substantivo e indicar o ato de viajar, deverá ser escrito com “g”.
Quando for a flexão do verbo viajar na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo, virá com “j”: que eles viajem o mais breve possível, pois o trânsito já está começando a ficar ruim.
Ao invés, invés ou em vez de?
Ao invés de deixar os juros aumentarem, ligue para a empresa de cobrança e renegocie sua dívida.
Ao invés de protestar seu nome, conceder-lhe-ei uma nova chance.
O termo “invés” é substantivo e variante de “inverso” e significa “lado oposto”, “avesso".
Já a expressão “em vez de” é mais empregada com o significado de “em lugar de”, porém, pode significar “ao invés de”, “ao contrário de”. Observe:
A menina assistiu à TV em vez de filme. ( não poderá ser usado “ao invés de”, pois não há oposição de termos).
A professora, em vez de diminuir a nota do aluno, aumentou-a (a expressão “em vez de” poderia ser substituída por “ao invés de”, pois temos termos contrários “diminuir” e “aumentou”).
Se “em vez de” pode significar “ao invés de”, como poderemos identificar o emprego de ambas as expressões?
A expressão de “em vez de” pode ser empregada em múltiplas circunstâncias, desde que seus significados sejam mantidos. Já “ao invés de” poderá ser aplicada somente quando há termos que indicam oposição na frase, significando “ao inverso de”.
Use “se não” (união da conjunção se + advérbio não) quando puder trocar por “caso não”, “quando não” ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração objetiva direta: Perguntei a ela se não queria dormir em minha casa.
Use “senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim”, “mas também”.
A menina assistiu à TV em vez de filme. ( não poderá ser usado “ao invés de”, pois não há oposição de termos).
A professora, em vez de diminuir a nota do aluno, aumentou-a (a expressão “em vez de” poderia ser substituída por “ao invés de”, pois temos termos contrários “diminuir” e “aumentou”).
Se “em vez de” pode significar “ao invés de”, como poderemos identificar o emprego de ambas as expressões?
A expressão de “em vez de” pode ser empregada em múltiplas circunstâncias, desde que seus significados sejam mantidos. Já “ao invés de” poderá ser aplicada somente quando há termos que indicam oposição na frase, significando “ao inverso de”.
Senão ou se não?
Use “se não” (união da conjunção se + advérbio não) quando puder trocar por “caso não”, “quando não” ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração objetiva direta: Perguntei a ela se não queria dormir em minha casa.
Use “senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim”, “mas também”.
A expressão “de repente” significa “de súbito”, “de ímpeto”, “repentinamente” e tem função sintática de advérbio de tempo ou de modo e, portanto, é uma locução adverbial, uma vez que é o conjunto formado pela preposição “de” com o substantivo “repente”.
A preposição “de” é antecedente e introdutória do substantivo “repente”, logo, não há junção, fusão entre os dois termos e sim uma conexão, a fim de que haja um sentido completo. Então, a expressão usada de forma correta é separada: “de repente”.
Entre eu e você ou entre mim e você?
De acordo com a norma culta, após as preposições emprega-se a forma oblíqua dos pronomes pessoais. Veja:
1. Isso fica entre eu e ela. (Errado)
1. Isso fica entre mim e ela. (Certo) ou
2. Isso fica entre mim e ti.
2. Isso fica entre mim e ti.
Os pronomes do caso oblíquo exercem função de complemento, enquanto os pronomes pessoais do caso reto, de sujeito.
1. Ela olhou para mim com olhos amorosos (olhou para quem? Complemento: mim.).
2. Por favor, traga minha roupa para eu passar (quem irá praticar a ação de passar? Sujeito: eu.).
2. Por favor, traga minha roupa para eu passar (quem irá praticar a ação de passar? Sujeito: eu.).
Vejamos a pergunta que dá título ao texto: Entre eu e você ou entre mim e você? Depois da explicação acima, constatamos que existe uma preposição: entre. Então, o correto é “Entre mim e você”, pois após a preposição usa-se pronome pessoal do caso oblíquo.
Da mesma forma será com as demais preposições: para mim e você, para mim e ti, sobre mim e ele, entre mim e ela, contra mim, por mim.
Professora Nilda - Cara de coruja seca
Uso da vírgula.
1. USE A VÍRGULA PARA SEPARAR ELEMENTOS
QUE VOCÊ PODERIA LISTAR
Ex.:
João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.
Note
que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram
almoçar:
João
Maria
Ricardo
Pedro
Augusto
Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase
original:
João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.
Note que antes de “e Augusto” não vai
vírgula. Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico
que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo:
A
sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de
formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes)
2. USE A VÍRGULA PARA SEPARAR EXPLICAÇÕES
QUE ESTÃO NO MEIO DA FRASE
Explicações
que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por
vírgula. Exemplos:
Mário,
o moço que traz o pão, não veio hoje.
Dá-se
uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar sintaticamente
o trecho, seria um aposto.
Eu e
você, que somos amigos, não devemos brigar.
O
trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre
vírgulas. A classificação do trecho seria oração adjetiva explicativa.
3. USE A VÍRGULA PARA SEPARAR O LUGAR, O
TEMPO OU O MODO QUE VIER NO INÍCIO DA FRASE.
Quando
um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros
— iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto
adverbial antecipado. Exemplos:
Lá
fora, o sol está de rachar!
“Lá
fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.
Semana
passada, todos vieram jantar aqui em casa.
“Semana
passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo.
De
um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.
“De
um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso
vai vírgula.
4. USE A VÍRGULA PARA SEPARAR ORAÇÕES
INDEPENDENTES
Orações
independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto. Nós já
vimos um tipo dessas, que são as orações coordenadas assindéticas, mas também
há outros casos. Vamos ver os exemplos:
Acendeu
um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria.
(A. de Alcântara Machado)
Nesse
exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas
assindéticas.
Eu
gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
Eu
gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
Eu
gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
Eu
gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
Eu
gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
Eu
gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.
Antes de todas essas palavras aí, chamadas
de conjunções adversativas, vai vírgula. Pra quem gosta de saber os nomes (se é
que tem alguém), elas se chamam orações coordenadas sindéticas adversativas. (Medo!)
Agora vejam!
Quando
se usa vírgula antes de “e”?
Vimos
aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem só um
caso em que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa,
coisa ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:
O
sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)
Note
que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos
são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:
A
mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora)
Mesmo
caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.
Existem
casos em que a vírgula é opcional?
Existe
um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo, modo, lugar
etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é
facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar
para a frase. Exemplos:
Depois
vamos sair para jantar.
Depois,
vamos sair para jantar.
Geralmente
gosto de almoçar no shopping.
Geralmente,
gosto de almoçar no shopping.
Semana
passada, todos vieram jantar aqui em casa.
Semana
passada todos vieram jantar aqui em casa.
Note
que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase
também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum
professor dará errado se você omitir a vírgula.
Não se usa a vírgula!
Com
as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos em que
precisará da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente separando sujeito e
predicado com vírgula. Isso é errado, e você pode ser preso se for pego usando!
Errado: João, gosta de comer batatas.
Alice,
Maria e Luíza, querem ir para a escola amanhã.
Certo: João gosta de comer batatas.
Alice,
Maria e Luíza querem ir para a escola amanhã.
EXERCÍCIO SOBRE VÍRGULA E PONTUAÇÃO
O
seu Alfredo estava já no fim da vida e escreveu seu testamento. Infelizmente,
ele esqueceu da pontuação, e o texto ficou assim:
Deixo
minha fortuna a meu sobrinho não à minha irmã jamais pagarei a conta do
alfaiate nada aos pobres
Reescreva
o testamento 4 vezes, de forma que em cada uma delas você deve dar a herança para
alguém diferente. Você pode usar qualquer sinal de pontuação, mas não pode
mudar as palavras.
Boa sorte.
Professora Nilda – Cara de
coruja seca!
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